quarta-feira, 30 de abril de 2014

"Eu voltei, agora pra ficar..."

Olá, pessoal!

Férias prolongadas, hein!?

Não pensem que fiquei todo esse tempo sem costurar, mas que eu estava bem devagar, ah, isso estava!

Às vezes a "terapia" de lidar com panos e linhas, por mais que te faça bem, torna-se cansativa e é preciso saber a hora de dar um tempo, guardar tudo na caixa de costura, buscar o equilíbrio, sentir saudade e, então, voltar a trabalhar com panos, fitas, cordões e prazer.

A pedidos, agora estou de volta ao blog. É bom sentir-se querida...


CAIXA  DE  COSTURA

Venho costurando minha vida
com linhas de saudade.
Procuro equilibrar-lhes a cor
para que o resultado final não seja triste.
Por vezes, é o cinza que insiste;
por vezes, impera o marrom.
Ainda bem que tem saudade bonita;
mudo o tom, amarro fitas,
busco a outra ponta do novelo;
intercalo a trama em amarelo.
A saudade é assim mesmo,
tecelã do tempo.
Quando menos se espera,
arremata o momento, leva embora,
deixa a porta encostada, o cadarço de fora,
e nunca avisa a hora de voltar.
Ainda hei de costurar com verde florescente
e, se a saudade chegar autoritariamente,
vai se sentir enfraquecida.
Enquanto procuro a cor,
vou costurando a vida,
sem saber qual vai ser o resultado.
Caso ele não fique combinado,
dou um nó, encosto agulha, guardo a linha,
que essa culpa roxa não é minha.


É uma artimanha branca do passado.

Flora Figueiredo